segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Lua de Prata - Cap. 41


Depois de chegar ao IML, Ricardo precisou esperar um pouco até que lhe atendessem, e então lhe entregaram alguns pertences que foram encontrados junto ao corpo, e foi então que ele teve a certeza mais assombrosa de sua vida: era ela. Virgínia realmente estava morta e nada nem ninguém poderia mudar essa triste e injusta verdade.

Ele nem precisou ver o corpo para ter certeza, pois entre os objetos que lhe foram entregues, havia uma foto de duas meninas quando pequenas dentro de um pequeno caderno, guardado em um saco plástico e que se manteve intacto apesar do acidente, que levava o título de “Meu Diário”.

Como Ricardo já conhecia esse velho hábito da ex – esposa e também sabia que aquela foto era de suas filhas, infelizmente não restava dúvidas de que o corpo era mesmo o dela, e aquilo foi como se lhe tivessem dado uma facada.

Depois de acertar os detalhes necessários, ele voltou para casa com a difícil missão de confirmar aos filhos aquilo que nem ele próprio queria aceitar: ela morreu. Depois de tantos anos fazendo com que ela estivesse morta na lembrança e na vida de seus filhos, agora ela realmente havia morrido.

Não é muito difícil imaginar a reação de uma descontrolada Letícia e de um estranho Fábio depois de serem comunicados da morte oficial de uma mãe que passou os últimos anos sem dar o menor sinal de vida.

Ricardo se sentia a pior pessoa do mundo naquela noite, pois nem mesmo sabia onde estava sua filha Mônica e, por conta disso sentia medo de nunca mais vê-la, assim como jamais tornaria a ver a mãe dela.

No dia seguinte, Isabel descobriu que Mônica não estava mais em sua casa e que tudo o que restara dela era apenas um bilhete, que dizia assim:

"Querida Isabel,

Me desculpe por ir embora assim sem me despedir, mas eu não podia ficar na sua casa depois que ouvi sua mãe ligando para o Ricardo ontem a noite, pois eu não quero vê-lo nunca mais.

Prometo que ficarei bem e que darei notícias em breve,

Mônica."

Ao ler isso, Isabel não teve outra alternativa a não ser ligar para Fábio.

- Alô? Fábio?

- O que você quer Isabel?

- É sobre a Mônica.

- Eu não conheço nenhuma Mônica.

- Para com isso Fábio, ela é sua irmã!

- Eu não tenho mais irmã depois da carta que ela deixou.

- Ela pegou tão pesado assim?

- Vou ler o bilhete que ela deixou.

“Querida Letícia,

Estou deixando essa carta porque depois da morte da nossa mãe, você é a única família que tenho. Por isso, quero lhe avisar que estou saindo dessa casa porque não quero conviver com duas pessoas que só deram desgostos a minha mãe.

Darei notícias assim que puder,

Mônica”

- É, realmente a Mônica pegou muito pesado com seu pai e você.

- Agora, se me der licença, eu vou desligar.

- Fábio?

Depois de receber com o telefone na cara, Isabel fica magoada e pensa:

- Ele nem perguntou como eu estava e nem quis saber sobre a minha vida... Será que ele me esqueceu?

Enquanto isso, Fábio também fala consigo mesmo:

- Ela só ligou por causa da Mônica, nem se importa mais comigo...

Só quando já estava bem longe da casa de Isabel foi que Mônica percebeu que não tinha mais um lugar para morar, e foi então que ela começou a andar completamente sem rumo, até chegar ao último lugar no qual seria procurada.

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