terça-feira, 17 de julho de 2012

Lua de Prata - Cap. 17

Ao ouvir isso, Virgínia ficou apavorada, pois não sabia o que dizer e nem o que a filha ia falar para ela, e foi então que Mônica disse:


- Você ainda está aí? Não quer falar comigo? Está com medo de mim? Pode falar, eu não vou reclamar de nada, eu prometo, mas fala comigo...


E Virgínia responde:


- Não minha filha, eu ainda estou aqui e não estou com medo de você, eu apenas fiquei emocionada de falar com você depois de 10 anos falando contigo através das cartas que você nunca me respondeu, talvez tenha sido o seu pai que não deixou que você me respondesse...


- Espera ai, mas eu nunca recebi carta nenhuma! Essas cartas nunca chegaram aqui! Será que foi o meu pai que escondeu as suas cartas? Porquê ele fez isso, ele não tinha esse direito!


- Então quer dizer que foi por isso que vocês nunca me responderam? Ele sumiu com todas as cartas que eu mandei? E a sua irmã, ela também me odeia? Lembro que quando eu fui embora ela era tão pequena, aliás, vocês três eram pequenos, mas eu precisava lutar pelo sonho...


- Você não precisa me explicar nada, eu sei que você fez isso por amor a sua profissão, assim como o nosso pai trancou o Fábio em um colégio interno aos sete anos e deixando ele lá até hoje, deixando só a Letícia e eu em casa, pois ela era a única recordação que ele tinha de você, porque ela é a sua cara e pensa como você, e foi por isso que ela se tornou a filha preferida do papai, enquanto o Fábio se tornou o patinho feio da família, só que eu não sei quais motivos o levou a tratá-lo assim, e eu fiquei em casa só para cuidar da Letícia, pois desde que você foi embora, ele passa 24 horas dentro daquele hospital trabalhando, e não, a Letícia não te odeia, pelo contrário, ela é louca para te ver de novo, pois ela não se lembra muito de você, pois ela tinha dois anos quando você foi embora.


- Agora que você falou no seu irmão, como ele está? Ele já deve ser praticamente um homem, e ele eu tenho certeza que não gosta de mim, pois eu nunca fui a mãe que ele queria que eu fosse.


- Ah, ele está bem, mas está com problemas, pois ele arrumou uma namorada que quer ser jornalista como você e isso está deixando ele doido, porque ele não aceita ter uma namorada com os mesmos sonhos da mãe dele, e sim, ele finge não gostar de você, mas eu acho que na verdade ele sente muito a sua falta. Ah, e quando você vem me ver? Você casou de novo? Tem outros filhos?


- Bom, tenho uma novidade para te contar, mas eu não quero que você conte para os seus irmãos e nem para seu pai que você falou comigo, mas eu vou voltar para o Brasil daqui duas semanas, e sim, eu me casei de novo e tenho mais três filhos, mas na verdade só um deles é meu, na verdade é uma menina de seis anos chamada Jéssica, pois o Diego, de 17 anos, e a Karina, de oito anos, são filhos do meu marido, Vitor, que morreu num acidente de carro há dois anos,e como a mãe deles morreu quando a Jéssica nasceu, eles vão ter que ir comigo, pois eles não têm mais ninguém aqui, só que o Di provavelmente irá embora ano que vem, pois assim como o seu irmão, ele vai para a faculdade. Ah, me lembrei de uma coisa: Posso falar com seu pai? Prometo que não vou sumir de novo, um beijo.


- Coitados desses meninos, eles ficaram órfãos! Espera um pouco que eu vou chamar o papai e fica tranquila que eu não vou contar a ninguém que falei com você, e também fiquei muito feliz de saber que você vai voltar. Um beijo. Papai, telefone pra você!


E Ricardo atende o telefone:


- Alô, quem fala?


- É a Virgínia, sua ex-esposa!

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