Depois de um tempo, Fábio foi até o quarto de Mônica conversar sobre tudo aquilo, mas se o pai tinha levado um tapa, com ele foi muito pior.
- Mônica, nós precisamos conversar...
- Conversar sobre o que? Sobre o quanto você ficou feliz de saber que ela morreu?
- Ela também era minha mãe...
- Sua mãe coisa nenhuma, você nem gostava dela! Eu sempre quis que ela voltasse para que eu pudesse ficar com ela, mas vocês dois estragaram tudo... Você teve a infeliz ideia de soltar aquela menina no parque, e o Ricardo nós já sabemos tudo o que fez...
- Não fala assim mana, ele é nosso pai... E também, eu me arrependi de ter me vingado do idiota do Diego naquela garotinha, eu definitivamente não devia ter largado a menina sozinha.
- Não me chama de mana porque eu não sou mais nada sua! Agora não adianta se arrepender de nada, ela já morreu, agora pode comemorar a vontade seu enjeitado... Não era a toa que ela não te queria!
- Para! Ai, eu não devia ter batido, me desculpa...
- Vai embora daqui, eu não quero te ver nunca mais!
Chorando, Fábio sai do quarto da irmã e continua se lamentando por ter batido nela, mas ele não conseguiu ouvi-la jogando na cara dele que sua mãe não queria que ele tivesse nascido sem ter alguma reação.
- Puxa, até minhas irmãs sabem que eu não fui desejado. O que eu tenho de errado pra ela me odiar desse jeito?
E então ele encontrou a porta do sótão encostada, e resolveu entrar. Havia tanto tempo que ele não visitava aquele lugar, pois da última vez, ele encontrou o diário de Virgínia e acabou lendo coisas horríveis lá.
Ele acabou encontrando o velho diário de capa rosa, que outrora causou tanto sofrimento nele, mas mesmo assim resolveu abrir e ler mais um pouco, afinal era tudo que tinha de recordação dela.
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